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Você sabe perguntar? Saber perguntar é mais do que buscar respostas: É abrir caminhos para o aprendizado.


Duas mulheres conversando e tomando café cercada por arvores

A arte de perguntar é fundamental em qualquer processo educativo e de desenvolvimento pessoal. Quem fórmula perguntas reconhece seus limites e se abre ao novo. No entanto, não basta questionar: a qualidade da pergunta determina a profundidade da resposta — e, por consequência, da aprendizagem.


Na Maiêutica de Sócrates, não havia respostas prontas. Ele provocava seus discípulos com perguntas que os levavam a pensar por si mesmos. Aprender a perguntar, portanto, é também aprender a aprender.


O termo "maiêutica" vem do grego maieutiké, que significa "arte de partejar". Sócrates usava essa metáfora para descrever seu método: assim como uma parteira ajuda a trazer à luz uma vida, ele ajudava seus interlocutores a revelar ideias e conhecimentos já presentes em seu interior, por meio do diálogo e da provocação reflexiva. Sócrates não oferecia verdades prontas, mas estimulava o pensamento autônomo.


Nos textos gnósticos, como o Evangelho de Tomé e o Diálogo do Salvador, Jesus também incentivava seus discípulos e Madalena a fazerem perguntas significativas. Para ele, o valor da pergunta não estava em ser “certa ou errada”, mas em brotar de um coração sincero, sedento de verdade.


Casal caminhando e rindo

Aprender nasce do encontro entre curiosidade e escuta. Não se trata apenas de acumular informações, mas de cultivar um olhar investigativo diante da vida. Nesse percurso, a pergunta é essencial: ela dá forma à dúvida, abre espaço para a descoberta e revela horizontes invisíveis.


Perguntar é admitir que não se sabe tudo e confiar que há algo a ser revelado. É reconhecer que o mundo é maior do que nossas certezas. Por isso, perguntas são sementes de conhecimento — delas brotam ideias, reflexões e novas indagações.


Algumas perguntas limitam, outras expandem. As apressadas, superficiais ou carregadas de julgamento restringem o diálogo. Já as autênticas, abertas e bem formuladas convidam à reflexão — tanto de quem responde quanto de quem pergunta. Nesse sentido, saber perguntar é tão importante quanto saber responder.


No cotidiano, essa habilidade é igualmente transformadora. Ao perguntar “o que posso aprender com essa situação?”, permitimos que a experiência nos ensine. Ao perguntar “como você se sente sobre isso?”, criamos pontes de empatia. E ao refletir “quem estou me tornando?”, transformamos a vida em jornada de autoconhecimento.


Uma mulher e uma senhora conversando e a mais velha sorrindo

Perguntar bem não é apenas uma técnica — é uma atitude diante do mundo. É reconhecer que toda resposta é provisória e que o verdadeiro aprendizado não se encerra, apenas se aprofunda.

Perguntar é manter vivo o diálogo com a realidade, com os outros e consigo mesmo.


Lúcia Ferraz - Gestão e Vida



 
 
 

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